Após uma fase de incertezas por conta da pandemia de Covid-19, a Itália voltou a integrar o mapa dos noivos que desejam celebrar o matrimônio em terras internacionais. Segundo dados do Centro de Estudos Turísticos de Florença, compartilhados pelo BOL, mais de 11 mil casais estrangeiros se casaram em cidades italianas em 2022. Resultado disso, o faturamento do setor foi estimado em 599 milhões de euros (R$ 3,34 bilhões) - 11% a mais do que o valor registrado em 2019.
Os turistas dos EUA e de países da América do Sul, incluindo Brasil, foram os que mais procuraram a Itália para celebrar seus casamentos, seguidos de viajantes da Ásia (Japão, Coreia do Sul e Índia), conforme informado por Maria Elena Rossi, diretora de marketing e promoção da Enit (Agência Nacional de Turismo da Itália) à reportagem da Ansa (Agenzia Nazionale Stampa Associata), principal agência de notícias italiana.
Lilian Ferro, CEO da Simonato Cidadania - consultoria para o reconhecimento de cidadania italiana -, conta que a prática de celebrar cerimônias de casamento em terras italianas “não é de hoje”. Apesar disso, ela acredita que a Itália está expandindo esse negócio turístico no pós-pandemia, tornando a modalidade mais prática e menos problemática.
“Já é possível comprar um kits de casamento on-line para 20 pessoas com empresas de turismo brasileiro ou, até mesmo, italianos”, afirma. “Para quem está fora da Itália, é possível fazer tudo on-line: alugar uma praia, fazer a locação de um restaurante à beira mar e, até mesmo, a locação de uma casa nas montanhas, já com hospedagem”, complementa.
Assim como a cerimônia, a lua de mel também pode ser planejada - o que, para Ferro, oferece um custo-benefício atrativo: “A Itália oferece fácil acesso a qualquer país da Europa. Também é possível fazer a lua de mel na própria Itália. As opções, muitas vezes, são vendidas nos próprios kits de casamento”.
A empresária destaca que a conquista da cidadania italiana pode facilitar os trâmites para os brasileiros que sonham em celebrar um casamento na Itália.
“Para quem ainda não reconheceu sua cidadania, alguns trâmites são mais burocráticos, como trazer parentes e animais para cerimônia. Já com a cidadania, a entrada é livre, sem falar da possibilidade de morar na Itália após a cerimônia e construir uma nova vida”, afirma.
Ferro relata que os trâmites civis são válidos tanto para quem tem como para quem não possui cidadania, mas a possibilidade de moradia só se dá quando ambos, ou um dos cônjuges possui cidadania italiana reconhecida. “O período de estadia para turistas vai depender do tempo de viagem autorizado pelo novo sistema de visto que entra em vigor em março”, explica.
Brasileiro conquistou cidadania para casar na Itália
O publicitário Lucas Ivrea é um dos brasileiros que sonhavam em se casar em solo italiano. Ele conta que fez o seu reconhecimento da cidadania italiana com a Simonato Cidadania em 2018, quando começou a planejar seu casamento com a noiva que ainda estava no Brasil.
“Com a pandemia, os nossos planos foram alterados de maio de 2019 para agosto de 2022. Celebramos nossa cerimônia na costa amalfitana, onde recebemos dez convidados e, depois, fizemos a lua de mel no mesmo lugar”, reporta Ivrea.
Ele explica que não enfrentou problemas em termos burocráticos, pois já era um cidadão italiano, o que facilitou a permissão de permanência para a esposa - que continuou morando com ele na Itália depois do casamento.
“Foi um momento único e especial. Eu me senti resgatando a história dos meus bisavós que, um dia, se casaram na Itália antes de emigrarem para o Brasil”, diz ele.
Para mais informações, basta acessar: https://www.simonatocidadania.com.br/
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