Os reais motivos na batalha entre o Congresso e o governo Federal

A batalha entre o Governo Federal e a maioria do Congresso Nacional em torno do aumento do IOF sobre operações financeiras e a isenção de do imposto de renda para àqueles que ganham até 5 mil reais mensais distingue, claramente, a posição dois lados nesta beligerância política que tomou conta da mídia e das redes sociais. De um lado está o Governo Federal com a proposta de aumentar a participação dos mais ricos no pagamento de impostos e aliviar um pouco os trabalhadores da sobrecarga fiscal e a maioria parlamentar que se coloca, com o apoio da mídia corporativa, ao lado dos lobby de bancos, das bets e dos rentistas tentando impedir a justiça fiscal.

O absurdo desta atitude dos parlamentares é que eles deviam estar ao lado da maioria da população sacrificada no Brasil pelos impostos indiretos que incidem sobre o consumo e os serviços, além do imposto de renda que chega a 27% sobre os salários. O sistema brasileiro é regressivo, isto quer dizer: pobres e a classe média pagam mais impostos que os ricos. Já os impostos sobre renda e patrimônio tem uma arrecadação menor para o governo e, muitas vezes, os milionários são favorecidos com as brechas nas isenções e incentivos fiscais que favorecem as grandes fortunas e os especuladores.

Hoje, no Brasil, 1% da população formada pelos super ricos detêm 27% da renda nacional e somado ao restante 9%  da elite, ou seja 10% dos mais ricos, este grupo concentra cerca de 50% da renda do nosso país. Já os mais pobres, metade da nossa população, fica apenas com 50% da renda nacional. Com isso a disparidade na renda entre os milionários e os mais pobres é brutal. Os que formam a faixa de 1% dos mais ricos no conjunto da renda nacional ganham 30 vezes mais que os 50% mais pobres.

Além desta batalha travada em torno da justiça fiscal que separa  o Governo Federal da maioria do Congresso Nacional, há outra guerra travada nos bastidores que revela um grande crime hoje praticado por parte dos nossos parlamentares que são os desvios dos recursos oriundos das emendas parlamentares impositivas. Este grupo investigado pela Policia Federal e pelo Supremo não quer que a aplicação destas verbas públicas sejam auditadas pois parte delas já foram comprovadamente desviadas para favorecer parlamentares, gestores e empresários.

 A verdade oculta pela grande mídia é que a resistência da maioria parlamentar às medidas fiscais propostas pelo executivo nacional tem o objetivo de forçar o arquivamento das investigações sobre o destino e o uso das emendas impositivas ao orçamento do governo federal. Nos bastidores, em Brasília, se comenta que cerca de 100 parlamentares estão sendo investigados sobre a suspeita de desvios de recursos públicos. Hoje, acuado, este grupo quer impedir os trabalhos do Supremo Federal com propostas de censura e impeachment a determinados ministros mais atuantes, como Flávio Dino, no zelo pela coisa pública.

Como dizia o nosso inesquecível jornalista Salomão Wenceslau, pois é, é isso aí.