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Campanha eleitoral

Campanha antecipada, propostas esquecidas

Um campo bastante agitado no período pré eleitoral

29/05/2025 08h39Atualizado há 2 semanas
Por: Vieira de Melo
Fonte: Da redação

No Brasil as campanhas políticas antecipadas, bem antes do período permitido pela legislação eleitoral, já viraram uma febre na mídia, principalmente nas redes sociais. Para driblar a legislação os candidatos se valem das pesquisas que publicam resultados sempre ao gosto do cliente. Aliás, são poucos os institutos deste ramo que ainda mantém sua credibilidade. Pagas sempre pelos grupos econômicos e dos grandes partidos beneficiados com recursos públicos, elas geralmente são utilizadas para desestabilizar os governos e promover os candidatos mais poderosos. É uma guerra sem fim e sem ética na busca do poder.

Hoje o que mais se fala na mídia são as campanhas de pretensos candidatos que circulam pelo país atrás do apoio da população, especialmente das lideranças que estão abertas para os abraços e as propostas financeiras. Aqui, no Tocantins, já se estima que chegaremos fácil a casa dos bilhões de reais investidos pelo conjunto dos postulantes ao legislativo e ao executivo. Nomes que sem destaque, sem histórico na defesa dos interesses da população, surgem do nada para buscar um mandato. Para chegar lá, se valem da expertise dos profissionais de marketing que fabricam nos seus laboratórios os candidatos perfeitos, impulsionados com o foco baseado nas pesquisas qualitativas e quantitativas. 

No entanto, apesar do ritmo acelerado das campanhas, não se viu até agora, com raras exceções, propostas dos pretensos candidatos para resolver os problemas enfrentados pela nossa população como a geração de oportunidades de trabalho, a qualificação profissional de nossos jovens e a verticalização de nossa produção de grãos e fortalecimento da nossa indústria. No município de Campos Lindos, um dos maiores produtores de soja do estado, a população é totalmente excluída dos benefícios gerados pelos grandes produtores. A cidade está entre os menores IDH do Tocantins. A agricultura familiar, que coloca a comida em nossas casas, não foi contemplada com o apoio necessário para abastecer nosso mercado. Chegamos ao cúmulo de consumir verduras e legumes produzidos em outros estados.

Temos muitos desafios que cobram dos candidatos propostas para fortalecer a economia tocantinense. Pela sua localização privilegiada, o Tocantins será o ponto de travessia e encontro de grandes ferrovias, rodovias e do transporte fluvial. Essa logística tem tudo para favorecer o nosso desenvolvimento. Já perdemos muito tempo com discussões pequenas.  A Norte Sul, no trecho entre Palmas e Anápolis-GO, está há mais de uma década paralisada, se desgastando com o tempo. Isso sem falar que estamos perdendo para Goiás a conexão da ferrovia Leste Oeste com a Norte Sul, previsto anteriormente para a cidade tocantinense de Figueirópolis. Esse encontro agora fica ainda mais importante com a possibilidade dos chineses construírem no Brasil a ferrovia Transoceânica   para ligar o Atlântico ao Pacifico pelo centro do nosso país.

São muitas as questões que estão ainda sem repostas dos pretensos candidatos. A saúde em geral, as obras inconclusas dos grandes hospitais de Araguaína e Gurupi, as filas de espera para tratamento.  A busca de recursos para o asfaltamento no estado dos trechos das BR 235  e 010 para impulsionar nosso desenvolvimento. A construção de casas populares, de mais escolas de tempo integral, a energia rural e o apoio aos nossos pequenos produtores devem ser retomados como pautas prioritárias. O que temos até agora é o Instagram e Tic Toc de candidatos felizes, simpáticos, receptivos e sem propostas, circulando por aí nas festas populares no interior do estado, machucando seus fundamentos nas cavalgadas. Mas, até agora, a sociedade ainda não foi convidada para os debates na busca de soluções de nossos problemas coletivos.

 Quem está no exercício do poder tem que prestar contas do trabalho já realizado, quem está fora tem que apresentar suas propostas, essa é a lógica da política. Uma lógica esquecida de propósito pelos que enxergam o poder apenas como uma oportunidade de crescimento pessoal e financeiro a ser impulsionado pela força do cargo a ser conquistado. Àqueles bem intencionados devem aproveitar este momento para apresentar conhecimento de nossa realidade e apresentação de propostas. A sociedade tocantinense está aberta para ouvir quem queira se apresentar. Um bom currículo e um passado limpo são essenciais para quem deseja representar o povo. Como se diz, voto não tem preço, mas consequências.

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