A escravidão dos nossos irmãos e irmãs africanas no Brasil começou a partir do século XVI quando os colonizadores portugueses, que já escravizavam os povos indígenas, começaram importar em larga escala homens, mulheres, jovens e crianças africanas sequestradas e aprisionadas em suas aldeias e cidades para trabalhos forçados em nosso país. Segundo os historiadores, foram cerca de 5 milhões de pessoas que foram caçadas e presas brutalmente e depois acorrentadas e jogadas nos chamados navios negreiros. Dadas as condições precárias em que essas pessoas foram transportadas para o Brasil em longas viagens, amontoadas em navios sujos, cerca de 700 mil africanos morreram de fome, doenças e maus tratos durante o trajeto, uma triste história que não dá para esquecer.
A escravidão durou oficialmente até 13 de maio de 1888, quando foi assinada a Lei Áurea. O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão. No entanto, a abolição ocorreu sem políticas de inserção social, econômica ou educacional o que gerou um legado duradouro de exclusão com graves repercussões que perduram até hoje na nossa sociedade. O racismo no Brasil é estrutural. A população negra morando nas periferias das nossas cidades, em bairros sem a mínima estrutura urbana e em favelas ainda enfrenta maiores índices de pobreza, desemprego e acesso precário à saúde e a educação. No mercado de trabalho recebem salários menores do que os trabalhadores classificados como brancos. São as maiores vítimas da violência urbana e da truculência das nossas polícias.
A herança africana moldou profundamente a cultura brasileira, influenciando nossa língua, a nossa culinária, a nossa música, a nossa literatura e a nossa religião. Mesmo que os racistas queiram negar, a força da África está na nossa alma, na nossa genética e na nossa espiritualidade. Já houveram alguns avanços com políticas públicas de reparação às injustiças históricas cometidas pelos nossos antepassados. Mas o preconceito ainda prevalece, apesar de que hoje racismo é um crime que pode ser punido severamente. No entanto, no dia a dia, cenas de abuso contra os nossos irmãos afrodescendentes ainda são comuns no nosso cotidiano.
O combate ao racismo é uma luta de todos nós conscientes de nossos deveres como cidadãos. A escravidão deixou feridas profundas que ainda não foram totalmente curadas. A luta contra o racismo é uma tarefa contínua que exige ações afirmativas da sociedade brasileira, principalmente do poder público com mudanças institucionais e reconhecimento histórico. A luta continua, há muito ainda a conquistar.
Salve a nossa Mãe África, salve o povo brasileiro.
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