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Descobertas

Astrônomos Encontram Primeiro Indício Concreto do Misterioso Planeta Nove

Um novo estudo reacende a esperança de localizar o enigmático corpo celeste que poderia completar o sistema solar

01/05/2025 18h35
Por: Vieira de Melo
Fonte: James Webb
Impressão artística do Planeta Nove proposto em órbita distante do sol. Crédito: Tom Ruen
Impressão artística do Planeta Nove proposto em órbita distante do sol. Crédito: Tom Ruen

Desde que Plutão perdeu o título de nono planeta em 2006, os astrônomos buscam por um sucessor à altura. A ideia de um “Planeta Nove” surgiu oficialmente em 2016, quando os cientistas Konstantin Batygin e Mike Brown sugeriram que a órbita incomum de vários objetos transnetunianos — corpos além de Netuno — poderia ser causada por um planeta ainda invisível, grande e distante, orbitando a borda do sistema solar.

Agora, essa busca acaba de dar um salto significativo.

Um estudo liderado por Terry Long Phan e disponibilizado no repositório científico arXiv pode ter revelado o primeiro indício real da existência desse planeta. Usando dados de duas pesquisas de infravermelho distante realizadas com 23 anos de diferença — a IRAS (1983) e a AKARI (2006) —, a equipe comparou milhares de fontes de luz em movimento lento no céu. O objetivo era encontrar algo que se comportasse como um planeta distante e massivo, com uma órbita tão longa que levaria milhares de anos para dar uma volta completa ao Sol.

Após filtragens rigorosas e inspeções visuais, os astrônomos identificaram um par de fontes com características compatíveis com o que se espera do Planeta Nove: movimento lento, posição correta e ausência de detecção na mesma região do céu em ambas as épocas. Isso sugere um objeto real se deslocando entre 500 e 700 unidades astronômicas (UA) do Sol — ou seja, de 500 a 700 vezes a distância da Terra ao Sol — com massa entre 7 e 17 vezes a da Terra.

Apesar do entusiasmo, os próprios pesquisadores reconhecem que os dados atuais não são suficientes para confirmar se o objeto é realmente o Planeta Nove. Novas observações, especialmente com instrumentos mais potentes como a câmera DECam no Chile, serão essenciais para mapear sua órbita e comprovar sua existência.

Se confirmado, o Planeta Nove não apenas mudaria os livros escolares, mas também abriria uma nova janela para compreendermos a formação e a estrutura do sistema solar. A ciência ainda não tem todas as respostas — mas está cada vez mais perto de descobrir se estamos mesmo “perdendo” um planeta gigante à espreita na escuridão do espaço.

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