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Afinal, política é tudo a mesma coisa?

Uma reflexão sobre alienação política

26/03/2025 14h30Atualizado há 3 semanas
Por: Vieira de Melo
Fonte: Por Vieira de Melo

Afinal, política é tudo a mesma coisa?

Quantas e tantas vezes nos deparamos com essa frase nas rodas de conversas, na boca de amigos, parentes e no meio do povo? Pois é, de tanto ouvir notícias negativas sobre política, e lógico sobre os políticos, hoje a maioria da nossa população acompanha cada vez menos a cobertura da mídia sobre as ações dos nossos gestores públicos e parlamentares . De fato, não há como negar que, na realidade, há uma descrença generalizada entre a população motivada pelas notícias negativas retratando casos de corrupção, descaso e incompetência envolvendo nossos representantes e dirigentes.

No entanto é preciso separar a água do vinho. Assim como em todo lugar, há gente  boa e gente ruim trabalhando na área pública. Evidentemente, nem sempre as boas ações tem a mesma repercussão das ações negativas. Os fatos negativos alcançam mais audiência. Até porque, como se diz no ditado popular, quando o nosso representante trabalha bem ele está apenas cumprindo a sua obrigação.

Mas a questão no fundo revela  uma grave alienação da população em relação a política. No passado os brasileiros acompanhavam mais de perto a atuação de seus representantes na administração e no parlamento. Havia também uma militância mais genuína nos partidos que, de fato, eram organizados nas cidades, nos estados e no plano nacional em torno de propostas de interesse público. Agora, a maioria  das lideranças foram transformadas em ¨líder-onças¨,  cooptadas através de vantagens pessoais.

O mais agravante é que não hoje não existe mais uma forte mobilização social liderada pelos partidos, sindicatos, associações e instituições. O fim da contribuição sindical obrigatória enfraqueceu as entidades sindicais reduzindo a força das categorias organizadas. No passado recente haviam as grandes passeatas de estudantes, trabalhadores e outros segmentos populares pressionando o poder público. Hoje quem vota não exerce sua cidadania. O eleitor não cobra o trabalho do seu escolhido, não cobra  resultados. Com isso os políticos mal intencionados ficam mais à vontade, confiantes no peso de suas influências junto aos seus protegidos para garantir a eleição.

 Num cenário ainda mais inquietante, com o  surgimento da manipulação das informações através das fakes news, dos falsos líderes religiosos  e da cobertura tendenciosa da grande mídia corporativa,  ¨defensora do mercado¨, a população tende a apoiar àqueles que, na verdade, são contra ela, são  contra  a justiça social,  o direito à  cidadania e o progresso do Brasil. Parafraseando o dito popular: Nunca antes na história deste país a alienação política do povo fez tão bem a classe dominante. Ahh, mas o que eu posso fazer para mudar essa realidade? Essa é a pergunta que eu sempre ouço por aí e respondo de pronto: Faça a sua parte, nada muda se a você não mudar. Saia do isolamento, da bolha em que você está. Oportunidades não faltam. Participe da vida de seu bairro, da associação, do sindicato da sua categoria, dos movimentos sociais. Deixe a zona de conforto das telas e, de uma forma ou de outra, entre na luta. Afinal, se você não fizer nada as coisas continuaram como estão.

Como já  dizia o saudoso jornalista Salomão Wenceslau: Pois é, é isso, é  isso aí!

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