ALETO - MARCA DA GESTÃO
Autonomia

Um povo que não valoriza sua memória será apagado pela história

18 de março, uma data importante para o estado do Tocantins

18/03/2025 12h09Atualizado há 4 semanas
Por: Vieira de Melo
Fonte: Da redação

Autonomia do Tocantins

18 de Março dia da Autonomia do Tocantins. Uma data importante que marca a criação da Comarca do Norte em 1809  pelo Principe Don João  VI, que veio para o Brasil fugindo do cerco imposto por Napoleão contra Portugal e seu reino. Já àquela época a região tocantina já era  reconhecida como uma região de grande potencial econômico para o desenvolvimento do Brasil Colônia. Com a separação de Goiás o príncipe regente nomeia o desembargador português Theotônio Segurado como responsável pela administração da nova província. A navegabilidade do rio Tocantins e seus afluentes facilitava o trânsito da produção da  região e a  chegada de  mercadorias das outras províncias brasileiras  e de Portugal, geralmente embarcadas pelo porto de Belém do Pará, na  foz do rio Amazonas.

Um evento tão importante como este hoje está praticamente relegado ao esquecimento. Na verdade, atualmente nossos dirigentes públicos, com raras excesssões, estão focados na defesa dos seus interêsses e dos grupos que eles representam. Memórias históricas  da luta pela criação, implantação e consolidação do nosso Tocantins não inspiram mais os debates públicos que  hoje estão focados somente nas  discussões do cotidiano e em torno de questões menores.

 O conhecimento da história amplia o nosso entendimento e nos leva a valorização da nossa cultura e a  visão do desenvolvimento que transformou o antigo corredor da miséria, como assim era chamado pelas sulistas, o antigo norte goiano, numa região de prosperidade. Se hoje somos o que somos, um estado em franco desenvolvimento, nos obriga a reconhecer a contribuição dos pioneiros da luta pela criação do Tocantins. De Theotônio Segurado a Siqueira Campos foi uma longa história que exigiu sacrifícios de muitos que buscavam a autonomia de nossa região. Quando Theotônio e um grupo de seguidores, fazendeiros, burocratas, padres e outras lideranças, se insurgiram para manter a independência da Provincia do Norte, houveram perseguições e até mesmo prisões como o do militar Felipe Antonio Cardoso levado a ferros para a antiga capital goiana, á época cidade  de Goiás.

Um povo sem memória de sua história será condenado ao esquecimento. Quem não tem raíz será levado pelos ventos da  mudança. Há pouco vimos um movimento que, sob o pretetexto  de homenagear a memória de  Siqueira Campos, o líder incontestável na luta pela criação do Tocantins, propunha a mudança do nome da avenida Theotônio Segurado. Um movimento, à época, que o próprio Siqueira constestou. Infelizmente líderes  estrategistas como Siqueira Campos  já não despontam mais. À sua época, a valorização do legado tocantinense era uma preocupação oficial que orientava as ações da gestão estadual.

A nossa história tem que ser valorizada retratando a luta dos que aqui moravam e dos que para cá vieram e contribuiram com seus esforços para a criação do nosso Tocantins. As atuais gerações estão concectadas a outras realidades, acessadas pelos meios oferecidos pela internet. Para, pelo menos tentar mudar essa realidade, o sentimento de tocantinidade precisa ser estimulado com esforços do poder público, das instituições e das demais lideranças. No passado recente  ouvi-mos músicas tocantinenses  nos rádios locais, clipes de artistas regionais nas nossas tvs, exposições e grande eventos que valorizavam a nossa  história e a nossa cultura. Reconheço o esforço de nossos gestores da cultura e do turismo mas há muito o que fazer para resgatar  nossa história.

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