Por que chocolate é tóxico para o seu cachorro?
O doce à base de cacau costuma gerar interesse por parte dos cães. Mas, mesmo que eles façam aquela "carinha de dó" irresistível, o melhor é contrariar a vontade deles. Entenda por quê
Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) aponta que por ano, cada brasileiro consome, em média, 3,9 quilos de chocolate. O sabor irresistível para os humanos, o cheiro do doce e o barulho das embalagens também acabam por atrair os cães. Mas é preciso ter cuidado, pois para eles a guloseima é altamente tóxica. Inclusive, podendo levar à morte dos cachorros.
Thiago Vendramini, professor na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP), explica que o chocolate faz mal para os cães porque, diferente dos humanos, os pets não conseguem metabolizar a teobromina – substância química encontrada no doce à base de cacau. “Cães e gatos metabolizam a teobromina de uma maneira muito lenta. Assim, ela se torna tóxica no organismo deles”.
A teobromina pode ser tóxica para cães em doses de 100 a 150 mg por kg de peso; e letal em doses de 250 a 500 mg/kg. E essa quantidade é maior em chocolates com maior percentual de cacau na composição.
Para se ter ideia, chocolates ao leite possuem cerca de 154 mg de teobromina. Já no caso do chocolate meio-amargo, a dose de teobromina chega a ser de 528 mg. “Ou seja, quanto mais puro for o chocolate, maior é a quantidade de teobromina”, aponta Vendramini.
Isso quer dizer que a depender do tipo de chocolate, um mero pedaço pode ser tão nocivo para o seu cão quanto uma barra inteira. Além disso, a ação da teobromina no organismo dos cães também depende do porte do cão – assim, um cão menor tende a ser mais sensível do que animais de porte grande. Por isso, nenhuma quantidade de chocolate deve ser oferecida aos doguinhos.
Principais sintomas de intoxicação por chocolate
Vendramini explica que quando chega ao organismo do cão, o chocolate provoca um efeito similar à cafeína – que também não deve ser oferecida para os bichinhos de estimação, diga-se. No chocolate, a concentração dessa substância pode ser de três a dez vezes maior do que no café.
Os sinais clínicos dessa intoxicação ocorrem dentro de seis a doze horas após a ingestão do chocolate. “A teobromina acaba por estimular o sistema nervoso central do cão, pode aumentar sua frequência cardíaca e até de micção (que pode contribuir para desidratação rápida do animal)”, explicou o veterinário.
Também é comum que animais que ingeriram chocolate fiquem mais agitados e passem a sofrer hemorragia interna. Esses sinais, comumente, vem acompanhados de náusea e dispneia (sensação de ofegante).
Um estudo que envolveu 200 clínicas veterinárias do Reino Unido, com base em registros eletrônicos de saúde, aponta que o vômito é o sintoma mais comum de intoxicação por chocolate entre os cães, seguido por agitação e aumento da frequência cardíaca.
Vendramini alerta que diante da ingestão de chocolate, o mais correto é correr para o médico veterinário. “O tratamento consiste na eliminação da teobromina do organismo do animal. Com isso, cada caso é um. Visto que tudo depende da quantidade de chocolate ingerida e dos sintomas do animal”.
Por isso, nada de dar chocolate para o seu cachorro. E cuidado ao deixar ovos de Páscoa, bombons e outros produtos que contenham chocolate em locais acessíveis ao seu pet.
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